quarta-feira, 29 de setembro de 2010

GLOBALIZAÇÃO E GEOGRAFIA

GLOBALIZAÇÃO E GEOGRAFIA EM MILTON SANTOS
Wagner Costa Ribeiro
Departamento de Geografia
Universidade de São Paulo
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Globalização e geografia em Milton Santos(Resumo)
Em seus últimos livros, Milton Santos tratou da globalização. Ele abordou seus aspectos econômicos, analisando o papel das empresas na internacionalização do capital, mas também os fluxos financeiros e suas implicações na cultura local. O geógrafo brasileiro teorizou e criticou sobre estes aspectos do mundo contemporâneo, propondo, ao final de sua vida, uma globalização solidária, baseada em outros valores que a da hegemônica. Estas idéias são tratadas em um diálogo com autores que também estudaram a globalização e suas conseqüências.
Palavras-chave: globalização, cultura contemporânea, geografia, Milton Santos
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Globalization and geography in Milton Santos (Abstract)
In your last books, Milton Santos treated the globalization. He approaches her economics aspects, analyses the role of enterprises in the capital’s internalization, but also the financial fluxes and their implications in the local culture. The Brazilian geographer theorethicalied and criticized about this aspects of contemporary world, proposing, in the end of her life, a sympathetic globalization, establish in other values than the hegemonic view. Those ideas are treating making a dialog with authors who too study the globalization and her consequences.
Key words: globalization, contemporary culture, geography, Milton Santos
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"O espaço se globaliza, mas não é mundial como um todo senão como metáfora. Todos os lugares são mundiais mas não há um espaço mundial. Quem se globaliza mesmo são as pessoas" (Milton Santos, 1993).

Globalizar o conhecimento e seu uso. Definir a inserção dos lugares em uma rede de relações humanas de modo a valorizar a singularidade em meio à totalidade. Viver um mundo mais solidário. Essas possibilidades de pensar, representar e propor relações humanas caminham na contramão da história. Infelizmente verifica-se a predominância da competição desenfreada por mercados e tecnologias, a busca incessante por recursos naturais e a intensa exploração do trabalhador, mesmo diante da diminuição de postos de trabalho.
A obra de Milton Santos pertence ao grupo de intelectuais que buscam o pensamento crítico a esse estado da vida contemporânea. Em diversas passagens de seus livros e artigos ele afirmou pretender construir um mundo diferente daquele em que vivemos. Este artigo aborda a interpretação do geógrafo brasileiro sobre a globalização, tratada em sua dimensão cultural, econômica e por fim, solidária, promovendo um diálogo com outros autores que trataram do tema.
O que é globalização?
A difusão do termo globalização ocorreu por meio da imprensa financeira internacional, em meados da década de 1980. Depois disso, muitos intelectuais dedicaram-se ao tema, associando-a à difusão de novas tecnologias na área de comunicação, como satélites artificiais, redes de fibra ótica que interligam pessoas por meio de computadores, entre outras, que permitiram acelerar a circulação de informações e de fluxos financeiros. Globalização passou a ser sinônimo de aplicações financeiras e de investimentos pelo mundo afora. Além disso, ela foi definida como um sistema cultural que homogeneíza, que afirma o mesmo a partir da introdução de identidades culturais diversas que se sobrepõem aos indivíduos. Por fim, houve quem afirmasse estarmos diante de um cidadão global, definido apenas como o que está inserido no universo do consumo, o que destoa completamente da idéia de cidadania (Ribeiro, 1995). Porém
"No debate sobre a globalização não temos encontrado análises que consideram os fragmentos que ele acarreta. Ao contrário, ressaltam-se as suas vantagens aparentes, porém sem configurá-la com maior precisão" (Ribeiro, 1995:18).
A globalização é discutida, segundo as categorias tempo/espaço, no âmbito do sistema-mundo, na pós-modernidade e à luz dos conceitos de nação, mercado mundial e lugar. Tornada paradigma para a ação, a globalização reflete nos Estados-nação exigindo um protecionismo que em tese se contradiz com a demanda "livre e global" apregoada pelos liberais de plantão. Porém, ao olhar para o lugar, para onde as pessoas vivem seu cotidiano, identifica-se o lado perverso e excludente da globalização, em especial quando os lugares ficam nas áreas pobres do mundo. Ao reafirmar o mesmo, a globalização econômica não consegue impedir que aflorem os outros, resultando em conflitos que muitos tentam dissimular como competitividade entre os Estados-nação e/ou corporações internacionais, sejam financeiras ou voltadas à produção. A globalização é fragmentação ao expressar no lugar os particularismos étnicos, nacionais, religiosos e os excluídos dos processos econômicos com objetivo de acumulação de riqueza ou de fomentar o conflito (Ribeiro, 2001).
A obra de Milton Santos contribuiu para precisar o fenômeno da globalização. Mas o autor queria mais. Ela chegou a propor uma outra globalização, baseada na solidariedade, embora reconhecesse que ela afetou a cultura atual.
Globalização e cultura
Diferente do que afirmam alguns pesquisadores, que acreditam no estabelecimento de uma homogeneização da cultura, do sistema de valores, a partir da globalização, Milton Santos concebe que "cada lugar é, ao mesmo tempo, objeto de uma razão global e de uma razão local, convivendo dialeticamente" (Santos, 1996:273). Para ele, a importância de estudar os lugares reside na possibilidade de captar seus elementos centrais, suas virtudes locacionais de modo a compreender suas possibilidades de interação com as ações solidárias hierárquicas.
É no lugar que a cultura vai ganhar sua dimensão simbólica e material, combinando matrizes globais, nacionais, regionais e locais. Mas nem todos pensam assim.
O sociólogo brasileiro Renato Ortiz (1994) afirma que existe uma cultura mundializada que se expressa na emersão de uma identidade cultural popular, cujos signos estariam dispersos pelo mundo. Como exemplos cita redes de alimentos e marcas de produtos de consumo que seriam facilmente identificáveis de um estilo de vida global.
A apropriação da cultura pela esfera do consumo foi analisada por muitos autores, como o francês Jean Baudrillard (1991), para quem a lógica do consumo esta baseada no uso planejado de signos que destituem o objeto de finalidade tornando-o simplesmente algo a ser comprado. Esse processo ocorre baseado na subjetividade, na interiorização de valores externos aos consumidores, que acabam seduzidos por apelos da propaganda, definidora mesmo de uma nova subjetividade estimuladora da compra do bem divulgado por ela. Para Baudrillard
"o objeto perde a finalidade objetiva e a respectiva função tornando-se o termo de uma combinatória muito mais vasta de conjuntos de objetos, em que o seu valor é a criação" (1991:120).
Outro autor relevante na análise da cultura contemporânea é o professor de literatura Fredric Jameson, que afirma estarmos diante de uma completa estetização da realidade, resultado do mosaico pós-moderno lançado nas últimas décadas. Jameson demonstra preocupação com os efeitos desse processo na cultura, que tenderia a ser homogênea. Crítico a quem interpreta o mundo por essa via, escreve:
"se tudo é estético, não faz muito sentido evocar uma teoria distinta do estético; se toda a realidade tornou-se profundamente visual e tende para a imagem, então, na mesma medida, torna-se cada vez mais difícil conceituar uma experiência específica da imagem que se distinguiria de outras formas de experiência" (Jameson, 1994:120-121).
O geógrafo David Harvey participa deste debate polemizando com Baudrillard. Ele acredita que o francês exagera em sua representação do simulacro por meio das imagens caricaturando a sociedade dos Estados Unidos. Mas concorda com a subjetivação da cultura, marcada pela facilidade com que a informação chega às pessoas. Reafirmando idéias de Walter Benjamin, escreve que a facilidade de reprodução da "arte", entendida como expressão da cultura, pode representar uma transitoriedade permanente, um novo estado de apreender a cultura e o conseqüente abandono da busca da singularidade na produção cultural. Harvey indica que não se pode esquecer que o capital também circula com o objetivo de ampliar-se nesse segmento da atividade humana, montando um imenso sistema de produção cultural baseados na produção de subjetividade por meio da propaganda. Isso leva a geografia de todos os lugares a cada lugar do mundo, reduzindo a geografia a um simulacro, como entende Baudrillard. Para Harvey
"por meio da experiência de tudo – comida, hábitos culinários, música, televisão, espetáculos e cinema –, hoje é possível vivenciar a geografia do mundo vicariamente, como um simulacro. O entrelaçamento de simulacros da vida diária reúne no mesmo espaço e no mesmo tempo diferentes mundos (de mercadorias). Mas ele o faz de tal modo que oculta de maneira quase perfeita quaisquer vestígios de origem, dos processos de trabalhos que os produziram ou das relações sociais implicadas em sua produção" (1992:270-271).
Para Santos, "o homem vai impondo à natureza suas próprias formas, a que podemos chamar de formas ou objetos culturais, artificiais, históricos" (Santos, 1988:89). Estes objetos culturais fazem com que
"a natureza conheça um processo de humanização cada vez maior, ganhando a cada passo elementos que são resultado da cultura. Torna-se cada dia mais culturalizada, mais artificializada, mais humanizada. O processo de culturalização da natureza torna-se, cada vez mais, o processo de sua tecnificação. As técnicas, mais e mais, vão incorporando-se à natureza e esta fica cada vez mais socializada, pois é, a cada dia mais, o resultado do trabalho de um maior número de pessoas. Partindo de trabalhos individualizados de grupos, hoje todos os indivíduos trabalham conjuntamente, ainda que disso não se apercebam. No processo de desenvolvimento humano, não há uma separação do homem e da natureza. A natureza se socializa e o homem se naturaliza" (Santos, 1988:89).
A tecnificação a que se refere Santos permite o simulacro geográfico que Harvey discrimina. Ela configura um meio-técnico-científico internacional "no qual a construção ou reconstrução do espaço se dará com um conteúdo de ciência e de técnica" (Santos, 1991:11), formando uma paisagem estética, em meu entendimento.
O que seria essa paisagem estética? Um tecido urbano que contém valores culturais transpassados pela afirmação do mesmo, que oprimem o singular, sintetizados, por exemplo, em formas urbanas reproduzidas a partir de modelos de arquitetura oriundos de países hegemônicos, uma das críticas às cidades contemporâneas, como aponta o geógrafo espanhol Horacio Capel (2001). Isso é facilmente observável na paisagem de São Paulo, uma megacidade brasileira localizada em plena faixa tropical, na qual identificam-se milhares de prédios envidraçados, tal qual preconiza a arquitetura de países temperados. Ora, os ambientes produzidos por tal concepção resultam extremamente quentes, gerando a necessidade do uso de aparelhos para resfriar o ar, aumentando o consumo energético. Seria muito mais simples edificar prédios segundo a boa arquitetura colonial brasileira, com seus tetos elevados e amplas janelas que permitem desde a entrada de luz natural, abundante nos trópicos, quanto a circulação do ar, refrescando o ambiente. Mas o esteticismo a que se refere Jameson prevalece e a paisagem paulistana aquece quem vive nela...
Globalização econômica
Neste aspecto a contribuição de Milton Santos foi bem mais ampla que no caso anterior. Quando afirma, como consta na epígrafe deste artigo, que "quem se globaliza mesmo são as pessoas" (1993:16), o geógrafo brasileiro dá pistas de como conduz sua reflexão sobre a globalização econômica. Ele está interessado no fluxo que o sistema de objetos, expressão que vai trabalhar em diversos livros, permite fluir e conduz, na forma de espaço geográfico.
Para Santos, o espaço geográfico é uma funcionalização da globalização (1994:48). Ele vai ser produzido de acordo com as demandas de quem o idealiza, para permitir fluir suas necessidades. Para ele o espaço geográfico é um "conjunto indissociável de sistemas de objetos naturais ou fabricados e de sistemas de ações, deliberadas ou não" (1994:49).
O espaço geográfico viabiliza a globalização, dado que ele materializa três de seus pressupostos: "a unicidade técnica, a convergência dos momentos e a unicidade do motor" (1994:49).
A unicidade técnica é entendida como a capacidade de instalar qualquer instrumento técnico produtivo em qualquer parte do mundo. A convergência dos momentos é possibilitada pela unificação técnica, pela capacidade de comunicação em tempo real. Por fim, a unicidade do motor é a direção centralizada, exemplificada pela direção do mundo econômico e das finanças pelos executivos que atendem aos interesses dos donos das empresas transnacionais e do sistema financeiro internacional. Estes temas são amplamente tratados pelo autor em sua obra A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção(1996), na qual propõe "um sistema de idéias que seja, ao mesmo tempo, um ponto de partida para a apresentação de um sistema descritivo e de um sistema interpretativo da geografia" (Santos, 1996:15).
Muitos outros autores discutiram o tema da globalização econômica, porém, desconsideram a dimensão geográfica nos termos propostos por Santos. É o caso, por exemplo, de Harvey, que analisa o mundo contemporâneo por meio da criação de novos mercados financeiros, coordenados em escala global, permitindo a acumulação capitalista por meio de uma flexibilidade geográfica e temporal. Ele entende que apesar disso resta uma função importante ao estado-nação que
"embora seriamente ameaçado como poder autônomo, retém mesmo assim grande poder de disciplinar o trabalho e de intervir nos fluxos de mercados financeiros, enquanto se torna muito mais vulnerável a crises fiscais e à disciplina do dinheiro internacional. Estou, portanto, tentado a ver a flexibilidade conseguida na produção, nos mercados de trabalho e no consumo antes como um resultado da busca de soluções financeiras para as tendências de crise do capitalismo do que o contrário. Isto implicaria que o sistema financeiro alcançou um grau de autonomia diante da produção real sem precedentes na história do capitalismo, levando este último a uma era de riscos financeiros igualmente inéditos" (Harvey, 1992:181).
O geógrafo Edward Soja (1993) assinala que as mudanças no padrão produtivo mantiveram as desigualdades geográficas e a manutenção de lucros imensos por parte das transnacionais, como vem ocorrendo desde o segundo pós-guerra. Para Soja, isso reafirma a geografia por meio da emergência da espacialidade, da regionalização e do regionalismo, levando o capital a rever suas estratégias espaciais e locacionais, que podem ser facilmente apreendidas. Para ele
"A instrumentalidade das estratégias espaciais e locacionais da acumulação do capital e do controle social está sendo revelada com mais clareza do que em qualquer época dos últimos cem anos. Simultaneamente, há também um crescente reconhecimento de que o operariado, bem como todos os outros segmentos da sociedade que foram periferalizados e dominados, de um modo ou de outro, pelo desenvolvimento e reestruturação capitalistas, precisam procurar criar contra-estratégias espacialmente conscientes em todas as escalas geográficas, numa multiplicidade de locais, a fim de competir pelo controle da reestruturação do espaço" (Soja, 1993:210).
Esse entendimento é partilhado por outro geógrafo, Neil Smith (1988). Para ele, a combinação de desigualdades geográficas é inerente ao desenvolvimento capitalista, resultando no desenvolvimento desigual como produto e premissa para o capital. Assim,
"o desenvolvimento desigual é a desigualdade social estampada na paisagem geográfica e é simultaneamente a exploração daquela desigualdade geográfica para certos fins sociais determinados" (Smith, 1988:221).
Santos entende que o desenvolvimento desigual é combinado é resultado de "uma ordem, cuja inteligência é apenas mediante o processo de totalização, isto é, o processo de transformação de uma totalidade em outra totalidade" (1996:101).
Já o sociólogo brasileiro Otávio Ianni, interlocutor de Milton Santos, destaca que a sociedade civil ganhou uma dimensão mundial tratando de temas como
"direitos humanos, narcotráfico, proteção do meio ambiente, dívida externa, saúde, educação, meios de comunicação de massa, satélites e outros itens. Assuntos sociais, econômicos, políticos e culturais que sempre pareceram nacionais, internos, logo se revelam internacionais, externos" (Ianni, 1992:43).
Mas ele entende que ocorre um esvaziamento do estado-nação pelo capital, que transforma "as sociedades nacionais em dependências da sociedade global" (1992:44). Em outra obra, afirma que a globalização seria um novo paradigma (Ianni, 1995), pois gerou um modo de produção e de gestão da política inovadores.
O professor Milton Santos discorda dos que viram um esvaziamento da função do estado. Para o geógrafo brasileiro o que existe é um
"mercado hierarquizado e articulado pelas firmas hegemônicas, nacionais e estrangeiras que comandam o território com apoio do Estado" (Santos, 1991:13).
Porém, não deixa de reconhecer uma certa subordinação aos imperativos externos ao afirmar que
"os recursos totais do mundo ou de um país, quer seja o capital, a população, a força de trabalho, o excedente etc., dividem-se pelo movimento da totalidade, através da divisão do trabalho e na forma de eventos (...). Cada momento histórico (...) acarreta uma diferenciação no interior do espaço total e confere a cada região ou lugar sua especificidade e definição particular. Sua significação é dada pela totalidade de recursos" (Santos, 1996:131).
Para o geógrafo brasileiro Armando Correa da Silva, conhecer os recursos e potencialidades de um estado-nação passam a ser vitais para a inserção no cenário da "globalização relacionada à esfera do capital" (Silva, 1993:77). Ele escreveu que
"o capitalismo se defronta com sua própria criatura, ou seja, quanto mais se mundializa valor, mais necessários se tornam os mecanismos nacionais e, mesmo, regionais, em alguns casos. A atual centralização descentralizada do Globo tem algo a ver com isso. De uma parte, a centralização dá origem ao seu contrário: os movimentos separatistas e regionalistas. De outra, obriga a formação de grandes alianças territoriais, ampliando espacialmente os mercados"(Silva, 1993:77).
Esse rearranjo das relações sociais contemporâneas afirmado por Silva produz blocos de países como a União Européia, o Mercosul, o Nafta, entre outros, que buscam ampliar o território apenas para a circulação de mercadorias, restringindo o fluxo de pessoas ao limite do desejável.
A retomada do papel do estado é partilhada pelos geógrafos espanhóis Joan Font e Joan Rufí, quando escrevem que
"Podría decirse que en muchos casos se asite a una renacionalización de los estados. Las formas que toman estos procesos pueden ser muchas y más o menos explícitas, dependiendo de las circunstancias de cada estado y de cuál sea el adversario al que se quiere dar respuesta: la globalización o la, presunta o efectiva, fragmentación interna" (Font e Rufí, 2001:90).
Para Santos, a tensão entre o local e o global é um fato que deve ser entendido por meio do papel da formação social nacional, que "funciona como uma mediação entre o Mundo e a Região, o Lugar. Ela é também mediadora entre o Mundo e o território" (1996:270).
Na formação social nacional verifica-se uma fusão de acontecimentos, como expressa a seguinte passagem da obra do geógrafo brasileiro:
"Não existe um espaço global, mas, apenas, espaços da globalização. (...) O Mundo, porém, é apenas um conjunto de possibilidades, cuja efetivação depende das oportunidadesoferecidas pelos lugares. (...) Mas o território termina por ser a grande mediação entre o Mundo e a sociedade nacional e local, já que, em sua funcionalização, o ‘Mundo’ necessita da mediação dos lugares, segundo as virtualidades destes para usos específicos. Num dado momento, o ‘Mundo’ escolhe alguns lugares e rejeita outros e, nesse movimento, modifica o conjunto dos lugares, o espaço como um todo. É o lugar que oferece ao movimento do mundo a possibilidade de sua realização mais eficaz. Para se tornar espaço, o Mundo depende das virtualidades do Lugar" (Santos, 1996:271).
A globalização solidária
Menos que ser contrário à globalização, o geógrafo brasileiro estava mais preocupado em construir um sistema teórico que permitisse elaborar outra maneira de congregar pessoas em escala internacional. Propunha a solidariedade como medida para a relação, que deveria ser praticada em prol da cidadania.
Já em meados da década de 1980 Santos apontava sua compreensão da cidadania. Distinguia os consumidores dos cidadãos, escrevendo que
"o consumidor não é cidadão. Nem o consumidor de bens materiais, ilusões tornadas realidades como símbolos; a casa própria, o automóvel, os objetos, as coisas que dãostatus. Nem o consumidor de bens imateriais ou culturais, regalias de um consumo elitizado como o turismo e as viagens, os clubes, e as diversões pagas; ou de bens conquistados para participar ainda mais do consumo, como a educação profissional, pseudo-educação que não conduz ao entendimento do mundo" (1987:41).
Em suas palavras encontra-se um posicionamento claro contra o consumismo que conduz o modelo de reprodução do capital. Ainda que tenha afirmado em mais de uma vez que não gostava do tema, pode-se identificar também uma inquietação ambientalista em seu posicionamento claro contra o desperdício de material. E ele atacava ainda os consumidores de artigos da chamada indústria cultural, aqueles que imaginam estar fora do reino dos mortais haja visto estarem focados em bens imateriais, em manifestações do espírito por meio das artes e da informação.
Em sua argumentação não restava lugar entre os cidadãos nem mesmo para o eleitor, que
"não é forçosamente cidadão, pois o eleitor pode existir sem que o indivíduo realize inteiramente suas potencialidades como participante ativo e dinâmico de uma comunidade. O papel desse eleitor não-cidadão se esgota no momento do voto" (Santos, 1987:41).
Quem seria, então, o cidadão para Milton Santos?
"O cidadão é multidimensional. Cada dimensão se articula com as demais na procura de um sentido para a vida. Isso é o que dele faz o indivíduo em busca do futuro, a partir de uma concepção de mundo" (1987:41-42).
Poder projetar o futuro, vislumbrar perspectivas dignas da existência, poder expressar sua maneira de entender o mundo, por meio de crenças, manifestações culturais e práticas sócio-políticas, com qualidade de vida, isto é, habitando um ambiente agradável e sustentável, provido de água, calor e energia na medida adequada, com assistência médica e alimento de qualidade são características que sintetizariam o cidadão do mundo contemporâneo, em meu entendimento. Neste sentido, não há cidadão no mundo entre os que apregoam os valores da sociedade ocidental, ocaso e criação da cidadania.
Construir relações humanas baseadas na solidariedade era um desejo de Milton Santos. Ele propunha uma revisão da globalização, que deveria ser "mais humana" (2000:20), sem descartar a base técnica que sustenta a globalização econômica e financeira:
"a materialidade que o mundo da globalização está recriando permite um uso radicalmente diferente daquele que era o da base material da industrialização e do imperialismo" (Santos, 2000:164).
Essa é a proposta do geógrafo baiano: alterar o uso da base técnica criada para a circulação de capital para veicular valores humanos, para permitir uma efetiva integração de laços culturais distintos que permitam a construção do "acontecer solidário", como definiu (Santos, 2000).
Enfim, Milton Santos queria um mundo diferente. Sua visão otimista do futuro é expressa no trecho abaixo:
"Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos (...) bastariam para produzir muito mais alimentos do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as doenças e a mortalidade. Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização" (Santos, 2002:80).
Aproveitar a base material da existência é algo coerente com sua maneira de pensar. Já em 1978, em obra que marcou sua inserção teórica entre os geógrafos brasileiros, escrevia que
"o espaço é a matéria trabalhada por excelência. Nenhum dos objetos sociais tem tanto domínio sobre o homem, nem está presente de tal forma no cotidiano dos indivíduos" (Santos, 1978:137).
São as rugosidades, as marcas do tempo por meio do trabalho que instituem uma base material difícil de ser rompida. Por isso o reaproveitamento da inércia espacial, outro conceito de 1978.
Deste modo, a mudança tem de vir pela política. Embora expressando otimismo, não perde a visão de geógrafo ao indicar que as mudanças não virão
"dos Estados Unidos ou da Europa. Virá dos pobres, dos ‘primitivos’ e ‘atrasados’, como nós, do Terceiro Mundo, somos considerados. Estas não poder vir das classes obesas. Estas não podem ver muito. São os pobres os detentores do futuro. O problema de todas as épocas é saber como vai se dar a ruptura. E as rupturas se deram antes que todos soubessem como elas iam se dar..." (Santos et al., 2000:66).

Bibliografia
BAUDRILLARD, Jean. A sociedade de consumo. Lisboa : Edições 70, 1991.
CAPEL, Horacio. Dibujar el mundo: Borges, la ciudad y la geografía del siglo XXI. Barcelona : Ediciones del Serbal, 2001.
FONT, Joan e RUFÍ, Joan. Geopolítica, identidad y globalización. Barcelona : Ariel, 2001.
HARVEY, David .A condição pós-moderna. São Paulo : Loyola, 1992.
IANNI, Octavio. Teorias da globalização. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1995.
IANNI, Octavio. A sociedade global. Rio de Janeiro : Civilização Brasileira, 1992.
JAMESON, Fredric. Espaço e imagem: teorias do Pós-Moderno e outros ensaios. Rio de Janeiro : Editora UERJ, 1994.
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. São Paulo : Brasiliense, 1994.
RIBEIRO, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. São Paulo : Contexto, 2001.
RIBEIRO, Wagner Costa. A quem interessa a globalização. Revista ADUSP, 1995, n. 2, p. 18-21.
SOJA, Edward. Geografias pós-modernas: a reafirmação do espaço na teoria social crítica. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Editor, 1993.
SANTOS, Milton. (Organização RIBEIRO, Wagner Costa). O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania. São Paulo : Publifolha, 2002.
SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. São Paulo : Record, 2000.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo : Hucitec, 1996.
SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico internacional. São Paulo : Hucitec, 1994.
SANTOS, Milton. A aceleração contemporânea. In SANTOS, Milton et al. (Orgs.). O novo mapa do mundo. São Paulo : Hucitec, 1993.
SANTOS, Milton. A revolução tecnológica e o território: realidades e perspectivas. Terra Livre, 1991, n. 9, 7-17.
SANTOS, Milton. Metamorfoses do espaço habitado. São Paulo : Hucitec, 1988.
SANTOS, Milton. O espaço do cidadão. São Paulo : Nobel, 1987.
SANTOS, Milton. Por uma geografia nova. São Paulo : Hucitec, 1978.
SANTOS, Milton et al. Território e sociedade: entrevista com Milton Santos. São Paulo : Editora Fundação Perseu Abramo, 2000.
SILVA, Armando Corrêa da Silva. O mercado mundial e a alocação de capital e trabalho. In SANTOS, Milton et al. (Orgs.). O novo mapa do mundo. São Paulo : Hucitec, 1993.

© Copyright Wagner Costa Ribeiro, 2002
© Copyright Scripta Nova, 2002

Ficha bibliográfica:
Ana Paula N. Ferreira

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Conheça os piores trânsitos urbanos do mundo

No início desta semana, um gigantesco engarrafamento de quase 100 km de extensão em Pequim teve grande repercussão internacional. Notícias apontavam que o congestionamento, que havia iniciado no dia 19 de agosto, só seria aliviado em setembro. Apesar de a situação ter melhorado "misteriosamente" no dia 25 de agosto, ela é um reflexo do caos que motoristas enfrentam diariamente em grandes cidades pelo mundo.

Em junho deste ano a empresa IBM divulgou uma pesquisa sobre o trânsito urbano realizada com 8.192 motoristas em 20 cidades de seis continentes. A pesquisa apontou que 57% dos entrevistados afirmaram que o trânsito afeta negativamente a saúde - índice que chega a 96% em Nova Délhi, na Índia, e a 95% em Pequim, na China.

Confira lista com os piores tráfegos urbanos do planeta elaborada a partir de um estudo da IBM e de um levantamento da revista americana Foreign Policy:

Pequim
De acordo com as autoridades chinesas, 2,1 mil novos carros chegam às ruas da cidade todos os dias. Somente nos primeiros quatro meses do ano, 248 mil veículos foram registrados. Em média, o morador de Pequim perde uma hora por dia apenas em viagens diárias ao trabalho.

O recente engarrafamento gigante é apenas uma amostra da situação do tráfego na capital chinesa, que lidera os levantamentos da IBM e Foreign Policy como o pior do mundo. Segundo a pesquisa da IBM, 69% dos motoristas da cidade admitiram já ter desistido de ir ao trabalho em pelo menos uma ocasião em função de intensos congestionamentos e 84% alegam que o trânsito afeta o desempenho profissional e escolar.

Moscou
Além do grande número de veículos, o excesso de motoristas que dirigem bêbados, a má condição climática, as ruas desenhadas apenas para marchas militares e às autoridades que conseguem desviar o trânsito e prejudicar a vida dos outros motoristas colaboram para o caos que se tornou o trânsito de Moscou, segundo o Foreign Policy.

A vida de motorista na capital russa exige um exercício diário de paciência. Em média, cada dia registra cerca de 650 focos de engarrafamento, que podem representar uma espera de até duas horas e meia para os moradores da cidade. Segundo estudo recente, 40% dos moscovitas, em pelo menos um momento, já tiveram que esperar ao menos três horas para um congestionamento diminuir somente nos últimos três anos.

Dados do Ministério dos Transportes russo apontam que US$ 12,8 bilhões são perdidos anualmente devido às péssimas condições de trânsito.

Cidade do México
A cidade tem em média 8,5 protestos de rua diários, que ajudam a bloquear o trânsito local. Em 2006, um gigantesco congestionamento chegou a paralisar meio milhão de veículos em função de um único protesto político.

Com uma população superior 19 milhões de pessoas em sua região metropolitana, a Cidade do México simplesmente tem muitos habitantes para muito poucas ruas - boa parte delas desenhadas pelos astecas -, segundo o Foreign Policy. Mais da metade nos motoristas alega que o tráfego prejudica o trabalho e os estudos, enquanto 62% dizem que o trânsito está cada vez pior.

Além dos enormes congestionamentos diários, o trânsito na Cidade do México é extremamente perigoso para os pedestres da cidade. Anualmente, cerca de 1,5 mil pedestres são mortos em acidentes.

Nova Délhi
A situação no trânsito de Nova Délhi importuna tanto os moradores da cidade que 40% dos entrevistados locais afirmaram que escolheriam trabalhar mais se o tempo gasto diariamente para ir ao trabalho fosse significamente reduzido, aponta o levantamento da IBM. O estudo também aponta que 62% das pessoas indicaram que o tráfego na cidade prejudica o rendimento profissional ou nos estudos.

Johanesburgo
As péssimas condições do tráfego urbano na cidade sul-africana ganharam notoriedade internacional durante a Copa do Mundo deste ano. Na festa de abertura do evento, no dia 10 de junho, um enorme engarrafamento obrigou os motoristas a esperar horas para chegar no Orlando Stadium, palco do evento.

A situação do trânsito na cidade, considerado o terceiro pior do mundo pelo estudo da IBM, é agravada pelo fato de os moradores preferirem comprar um carro próprio a utilizar o transporte público.

São Paulo
Em 9 de maio de 2008, São Paulo bateu o recorde de maior congestionamento do mundo quando veículos se estenderam por mais de 265 km de lentidão nas ruas da cidade. Diariamente, muitos paulistas enfrentam diariamente até quatro horas de engarrafamento, que frequentemente superam 160 km de paralisação. Segundo o Foreign Policy, o trânsito local sofre com a falta de anéis viários plenamente funcionais.

A revista aponta que novas linhas de ônibus, novas linhas de metrô e a implementação do sistema de rodízio de veículos tiveram pouco efeito para diminuir melhorar a caótica situação do tráfego local, que anualmente gera prejuízos de US$ 2,3 bilhões.

Lagos
Extremamente perigoso - com frequentes acidentes que matam dezenas -, o tráfego de Lagos, na Nigéria, é apontado pela Foreign Policy como um dos mais caóticos do mundo. Segundo a revista, a falta de planejamento urbano é o principal vilão para a péssima situação do trânsito - apelidado pelos seus moradores de "go-slow" (vá devagar). Lagos, uma das cidades que cresce mais rapidamente no mundo, enfrenta diariamente gigantescos engarrafamentos.

Além do risco de acidentes, os motoristas locais também sofrem com a ameaça constante de ladrões armados que se aproveitam da lentidão dos carros e de que os condutores não têm para onde ir para roubar seus pertences.


POSTADO POR :Antonio Luis Neto

Kassab culpa 'crescimento desordenado' por estragos da chuva

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse nesta quinta-feira (21) que o excesso de áreas impermeáveis gerou os transtornos após a chuva que atingiu a capital na madrugada. "O problema dos alagamentos desta noite foi o crescimento desordenado da cidade, que impermeabilizou o solo", disse ele, que esteve, nesta manhã, no Centro de Controle Integrado 24 Horas da Prefeitura.O prefeito também citou o volume de chuva para justificar os problemas. "Em alguns pontos da cidade, o nível de chuva foi o maior em 50 anos. Na Vila Mariana (Zona Sul), choveu 112 mm, o que é um número muito expressivo", disse.
Segundo Kassab, o rodízio de veículos não foi suspenso porque a chuva foi durante a madrugada e a medida aumentaria o caos na cidade. Ele também disse que não haverá alteração no esquema durante a tarde.
De acordo com o prefeito, o foco, neste momento é nas ações de trânsito, para melhorar o fluxo na cidade, e no lixo. Kassab, no entanto, não identificou problemas na coleta. "O lixo já tinha sido coletado, um parte muito expressiva, antes da chuva. É um serviço prioritário da Prefeitura e nós continuaremos melhorando o serviço com campanhas de conscientização da população", afirmou. "Não podemos esquecer das dimensões da cidade de São Paulo. Todo dia são coletadas 15 mil toneladas de lixo", completou.Sobre transtornos em alguns túneis, Kassab disse que houve um problema no gerador da bomba do túnel Tribunal de Justiça, por isso aconteceu o alagamento. Em relação aos demais atingidos, voltou a citar o excesso de chuva.Kassab afirmou que a prefeitura renovou o contrato com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IDT) para realizar um novo mapeamento nas áreas de risco da cidade. “Até junho esperamos ter um novo mapa”, disse. “Este trabalho norteia os investimentos da prefeitura vinculados à Secretaria da Habitação para que possamos remover estas famílias das áreas de risco”.
O novo mapeamento será feito apenas para atualizar os cadastros da prefeitura, de acordo com Kassab. “Com isso, erraremos pouco ou quase nada nos investimentos nas áreas críticas”, afirmou.
Jardim Romano
Durante a chuva da madrugado houve um novo alagamento no Jardim Romano, na Zona Leste de São Paulo. Kassab afirmou que manterá os trabalhos de drenagem da água, mas que irá esperar o nível do Rio Tietê baixar. “A chuva desta noite mostrou que é fundamental a retirar as famílias do local”, afirmou. “Infelizmente, há pessoas que estão aterrorizando quem mora lá, dizendo que a prefeitura não irá trabalhar na retirada e nem dar o auxílio aluguel. É lamentável”.Alagamentos e mortes
Os pontos de alagamento espalhados pela cidade começaram a diminuir nesta manhã, mas o trânsito ainda continua bastante complicado. Com os alagamentos, o índice de congestionamento chegou aos 111 km. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que 700 homens trabalham na cidade para reduzir os problemas de trânsito.
A chuva também provocou deslizamentos e mortes. Uma criança morreu e um casal de adultos está desaparecido após um deslizamento de terra no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. Segundo os bombeiros, outras quatro pessoas foram resgatadas com vida do local – um adulto e três crianças. Na Pompéia, Zona Oeste, um homem morreu no desabamento de uma casa.
De acordo com os bombeiros, 15 equipes permanecem no Grajaú, na Rua Rio Icatu, procurando mais desaparecidos. Também houve ocorrências de desabamentos na Vila Jaguara e Parque São Domingos, na Zona Oeste, e no Guarapiranga, Zona Sul, mas sem registro de vítimas.
O temporal que caiu na madrugada alagou avenidas, fechou túneis, bloqueou estradas e provocou, pelo menos, mais três desmoronamentos, e ainda causa reflexos no trânsito da capital nesta manhã. As regiões mais complicadas eram as marginais Pinheiros e Tietê, onde os rios transbordaram.

POSTADO POR :ANTONIO CLEYLSON E. DA SILVA

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Na Grande São Paulo, 17 mil vivem sobre lixões

Pelo menos 17 mil pessoas moram hoje em casas construídas sobre lixões desativados na região metropolitana de São Paulo. Aproximadamente 5.000 delas vivem no Sítio Joaninha, um morro na divisa de São Bernardo do Campo com Diadema. Outras 5.600 ocupam a comunidade do Espírito Santo, em Santo André. Com condições para lá de precárias, os dois locais no ABC lembram outro morro que ficou conhecido na semana passada depois de deslizar sobre casas e matar dezenas de pessoas - o Bumba, em Niterói, Rio de Janeiro.

Na Favela do Espírito Santo, são 1.400 famílias morando há 14 anos em casas sobre um antigo lixão. O núcleo, numa área de 151,9 mil metros quadrados, foi dividido em dois segmentos pelo Instituto de Pesquisa Tecnológicas (IPT). No primeiro, a permanência das famílias ainda é aceitável. No outro, com cerca de 620 famílias, as condições do solo não são seguras e há necessidade de remoção da população. Em 2003, a prefeitura da cidade recebeu dinheiro do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a reurbanização na parte sã do núcleo. As obras ainda não foram concluídas.

Já em Mauá, também no ABC paulista, outras 6.800 pessoas não correm risco de ver seus imóveis desmoronar devido a deslizamentos de terra, mas enfrentam o perigo de viver sobre um antigo lixão industrial que emana gases explosivos. São os moradores do condomínio de classe média Barão de Mauá. Há dez anos, uma forte explosão provocada por gás matou um homem e feriu outro gravemente.

Defesa

As prefeituras de São Bernardo do Campo e de Diadema informam que a área do antigo lixão do Alvarenga é monitorada cotidianamente. Projeto para transformar o local em um parque e criar usina para geração de energia está pronto, à espera de verba e também da aprovação do estudo junto à Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). Alguns moradores deverão ser removidos de áreas de risco.

As duas administrações alegam que não há como comparar o Sítio Joaninha com o Morro do Bumba. Tássia de Menezes Regino, secretária de Habitação de São Bernardo, disse que havia dez anos não era feito mapeamento de áreas de risco no município.

- Fizemos esse levantamento no ano passado. Identificamos as áreas problemáticas e já iniciamos a remoção de famílias. São 226 famílias cadastradas.

No Joaninha já foram retiradas, segundo Tássia, oito famílias. A prefeitura espera concluir até junho de 2011 imóveis para abrigar essas pessoas.

Márcio Vale, secretário de Habitação de Diadema, afirmou que a área do Alvarenga é monitorada há nove anos.

- Desde que iniciamos esse acompanhamento não houve nenhuma ocorrência grave. Há apenas 17 famílias na borda do terreno do aterro.

O Joaninha aguarda liberação de R$ 42 milhões do governo federal para projetos de recuperação do terreno. A prefeitura de Santo André informou que a urbanização do núcleo Espírito Santo está em andamento. Deverão ser removidas 890 famílias a partir do segundo semestre. Outras 602 permanecerão no local. A verba para novas habitações e remediação da área virá do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de contrapartida da prefeitura.

Postado por Elis Pinto

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

ENCHENTES PROBLEMA DA GRANDE SÃO PAULO.

ASSIM COMO NA CIDADE DE SÃO PAULO, O GRANDE ABC,
TAMBÉM SOFRE COM ESSE PROBLEMA, CAUSANDO CONQUÊNCIAS
TERRIVEIS PRAS PESSOAS... DA REGIÃO !!!

COMO MUDAR ESTA SITUAÇÃO, ESTAÇÃO DO VERÃO PERIODO DE CHUVAS,
E TEMPORAIS ?


Em períodos de chuva muitas pessoas sofrem com os estragos causados pelas enchentes













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http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL1046763-5605,00-CHUVA+ALAGA+IPIRANGA+E+ABC+PARA+TREM+E+COMPLICA+O+TRANSITO+EM+SP.html



http://mais.uol.com.br/view/9p4y0ig452qu/enchentes-sao-motivos-de-caos-no-abc-040272CC8983C6?types=A&



http://jornalnacional.globo.com/Telejornais/JN/0,,MUL1472464-10406,00-ENCHENTES+DEIXAM+AFLITOS+OS+MORADORES+DO+ABC.html


ESTAS IMAGENS NESTES VIDEOS SÃO PERCEBIDAS TODOS
OS ANOS NO PERIODO DAS CHUVAS...

O QUE FAZER ? QUAIS SOLUÇÕES POSSIVEL ...



(DECIO CALDEIRA)

sábado, 14 de agosto de 2010

ENCHENTES EM SÃO PAULO

Enchentes - o pesadelo das "cidades impermeáveis"




As enchentes que abalam grande parte das metrópoles brasileiras nos dias de hoje são resultado de um longo processo de modificação e desestabilização da natureza por forças humanas, que acompanha o crescimento rápido e não planejado da maior parte das grandes cidades no Brasil. Antigamente, as várzeas (margens dos rios ) faziam o controle natural da água. O solo ribeirinho era preparado para ser inundado nas épocas de cheia, absorvia boa parte da água que transbordava e utilizava seus nutrientes. Hoje, quase todas as várzeas na região metropolitana se encontram ocupadas. Também uma imensa área ao redor dos rios foi impermeabilizada pelo concreto, o que aumenta o volume de água a ser escoado. Os piscinões viriam substituir uma das funções das antigas várzeas, que é aliviar o quadro de inundações nos picos de cheia. O grande problema é que o ecossistema associado às regiões ribeirinhas foi extinto quando o ser humano construiu nelas. Hoje, não há condições para a vida nos rios das grandes metrópoles. A bióloga e professora da Umesp, Waverli Neuberger, acredita ser possível que rios como o Pinheiro e o Tietê voltem a ter peixes. Para tanto, explica ela, "seria preciso não apenas despoluir as águas, mas desapropriar as áreas de várzea para tentar resgatar seu ecossistema, essencial à vida dos mesmos".Outro fator agravante das enchentes é a retificação dos rios. Na natureza, os rios com considerável volume de água são curvilíneos, ou seja, caminham como uma serpente. Esse trajeto diminui de forma considerável a velocidade da água. Retificá-lo significa aumentar sua velocidade, o que agrava a situação nos pontos de estrangulamento (conversão de águas).

Piscinões. Afinal, do que se trata?

A construção de piscinões faz parte do Programa de Combate às Inundações do rio Tamanduateí, uma iniciativa do governo do Estado de São Paulo em conjunto com os municípios para amenizar o problema das enchentes.

O Governo do Estado mapeia as áreas estratégicas, projetam os piscinões, os municípios se encarregam de desapropriar a área e o estado constrói. Já há seis em funcionamento só na cidade de São Bernardo do Campo: AC1, TNC, TN5, TN7, TN2 e TN3. "A principal função da obra é amenizar os picos de cheia. Sempre construídos a montante (acima) dos locais onde ocorrem enchentes pontuais e próximas aos rios, os piscinões captam a água que ficaria empoçada na cidade, despejando-a pouco a pouco nos rios", explica Jair Emídio, assistente técnico do SO1, departamento da prefeitura de São Bernardo do Campo, responsável pelos reservatórios de água. Há também lâminas d'água que controlam o nível desta nos rios. Quando o último ultrapassa limites seguros, ela é despejada nos piscinões. O processo evita tanto enchentes nas regiões ribeirinhas quanto nas situadas abaixo dos córregos fluviais.

Os piscinões, no entanto, são apenas parte da solução para o problema das enchentes. Emídio conta ainda que toda a Grande São Paulo sofra com cheias pontuais provocadas por bueiros e galerias entupidos com lixo jogado pela própria população da metrópole. Detritos orgânicos são os principais responsáveis pela proliferação de ratos e doenças associadas a estes. Conscientizar a população de que a principal vítima do descuido com o espaço público é ela mesma é parte do Programa de Combate às Inundações.


POSTADO POR:WILLIAN RODRIGUES

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

GEOGRAFIA FISICA.

Geografia física


Geografia Física é o estudo das características naturais existentes na superfície terrestre, ou seja, o estudo das condições da natureza ou paisagem natural.

A superfície da Terra é irregular e varia de um lugar para outro em função da inter-relação dinâmica entre os fatores entre si e geográfica em conjunto com outros fatores. A manifestação local deste produto dinâmica e conhecida como paisagem, que é em Geografia um fenômeno de interesse particular, mesmo considera por muitos a ser o objeto de estudo da geografia (Otto Schlüter, Siegfried Passarge, Leo Waibel, Jean Brunes, Carl Sauer, entre outros).

A evolução da paisagem do produto da dinâmica da superfície terrestre, é explicada pelo ciclo geográfico. A ciclo geografico começa com o levantamento do relevo através de processos geológicos (falhas, vulcanismo, convulsão tectónica, etc) . Os rios e escoamento começa a criar vales com a forma do V entre as montanhas (a fase chamada "juventude"). Durante esta primeira etapa, o terreno é mais íngreme e mais irregular. Ao longo do tempo, as correntes podem esculpir vales mais amplo ( "maturidade") e depois começar a vento, montanhas altas apenas (“senescência "). Por fim, tudo vem para o que é uma planície planície ao menor altitude possível (chamado de "nivel do base") Esta planície foi chamado peneplanicie por Williams Morris Davis , que significa "quase plana" (como um plano é na verdade, uma superfície totalmente plana).

Esses processos permitem o trânsito alívio por diferentes fases. Os fatores de estos processos podem ser classificados em quatro grupos:

• Fatores Geográficos: O paisagem é afetada tanto pela fatores bióticos e abióticos, que são considerados geográficos só fatores abióticos de origem exógena, tais como relevo, solo, clima e corpos d'água. O clima, com elementos como pressão, temperatura, ventos. Água de superfície com a ação do escoamento, o rio ea ação do mar. O gelo glacial com modelagem, entre outros. Esses são fatores que ajudam a modelo favorecendo processos de erosão.

• Fatores Bióticos: O efeito de fatores bióticos no alívio geral, se opõem ao processo de modelagem, especialmente considerando a vegetação, no entanto, existem poucos animais que não trabalham com o processo erosivo, como cabras.

• Fatores Geológicos: como placas tectônicas, o diastrofismo, a orogenia e vulcanismo são processos construtivos e de origem endógena que se opõem e interromper o modelagem do ciclo geográfico.

• Factores Humanos:As atividades humanas sobre o relevo é muito variável, dependendo da atividade desenvolvida neste contexto e como muitas vezes acontece com os homens é muito difícil generalizar e podem influenciar a favor ou contra a erosão.

Embora os vários fatores que influenciam a superfície da Terra estão incluídos na dinâmica do ciclo geográfico, fatores geográficos só contribuem para o ciclo de desenvolvimento e seu objetivo final, o peneplano. Enquanto o resto dos fatores (biológicos, geológicos e sociais) interromper ou perturbar o ciclo de desenvolvimento normal.

[editar] Ramos da Geografia física

Ciências Geográficas físicas estudam um componente específico do campo o interrelações entre fatores geográficos. São muitos os ramos que o incluem e entre eles estão os mais importantes que são:

• Climatologia, que enfatiza o estudo do clima a partir de informações meteorológicas. Um antigo e valioso manual desta ciência é a de Austin Miller. O desenvolvimento e difusão de programas de acesso aberto com imagens de satélite da superfície da Terra, incluindo os padrões e processos atmosféricos (centros de ação como anticiclones e depressões) têm crescido rapidamente esta ciência e sua interpretação, embora os resultados das novas tecnologias continuam a ser visto de uma forma mais completa.

• Geomorfologia, que é o estudo e compreensão da relevo na superfície da Terra (montanhas, planícies e planaltos, planícies e bacias sedimentares, vulcões, etc). Ele também inclui os processos originários destes acidentes geográficos e atuais processos geomorfológicos: intemperismo erosão, assoreamento, deslizamentos de terra em massa.Branch Fundada no início do século XX pelo geógrafo americano William Morris Davis, agora de nacionalidades, muitos geógrafos têm vindo a desenvolver nesta disciplina, como o francês Jean Tricart, Roland Pascoff e Max Derruau.

• Orografia. Parte da geografia física que trata da descrição e estudo das montanhas.

• Hidrologia. O estudo das águas doces (principalmente rios, lagos e águas subterrâneas): rios e bacias hidrográficas, (canais de fluxo, sistemas de água, superior, médio e curso inferior dos rios, o uso do sistema hidráulico do rio, a dinâmica do rio, etc .)

• O Glaciologia ao contrário na Hidrografia, se dedica no estudo das massas de água no estado sólido, como geleiras, gelo, icebergs e etc.

• Geografia litorânea. É dedicado ao estudo da dinâmica das paisagens costeiras.

• Pedologia ou geografia ou do solo, que estudou os solos da geograficamente.

• Paleogeografia investiga e reconstrói a geografia do passado e sua evolução. De grande importância para o resto da geografia física que serve para entender melhor a dinâmica atual da geografia do nosso planeta.

• O estudo dos riscos naturais, e que, embora o número de catástrofes naturais aumentou nos últimos anos, tem aumentado o número de pessoas que eles afetam. É uma questão que também aborda a geografia humana.

• Biogeografia, estuda a relação entre o ambiente natural e os seres vivos. Suas filiais são a Fitogeografia ou Geografia das vegetais, a Zoogeografia Geografia dos animais e da ecologia da paisagem.

Em cada país, a Geografia Física pode possuir disciplinas peculiares assim como suas próprias abordagens. Na Europa, por exemplo, há uma preocupação maior com áreas da Glaciologia, de fundamental importância da esculturação de relevos modernos. No Rússia e Canadá emergiu geocriologia, dedicado ao estudo do permafrost. Por sua vez, nos países do hemisfério sul, principalmente nos de clima tropical, a Pedologia e estudos de alterações químicas em rochas vêm ganhando grande importância, sendo as abordagens sobre o Quartenário bem menos avançadas (porém, agora progredindo bastante) se em comparação com os Estados Unidos da América ou a Europa.

Há, porém, cada vez mais uma preocupação em acoplar à análise puramente "física" a influência humana no substrato físico; de fato, vale dizer que o ser humano, é hoje o grande agente transformador da superfície terrestre.

[editar] História da Geografia física

Desde o nascimento da geografia e ciências durante o período grego clássico e até o final do século XIX com o nascimento de antropogeografia ou geografia humana, a geografia era quase exclusivamente uma ciência natural: o estudo de localização e gazetteer descritivo de todos os lugares do mundo conhecido. Diversas obras entre as mais conhecidas durante este longo período pode ser citado como um exemplo, de Estrabão (Geografia), Eratóstenes (Geografia) ou periegetes Dionisio (Periegesis Oiceumene) na Idade Antiga até a Alexander von Humboldt (Cosmos), no século XIX, em que a geografia é considerada como uma das ciências físicas e naturais, é claro, através da obra Summa de Geografía de Martin Fernandez de Enciso ([9]) a partir do início do século XVI, que é indicado pela primeira vez Novo Mundo.

Entre os séculos XVIII e XIX, uma controvérsia feito de Geologia, entre os apoiantes de James Hutton Tese (uniformitarianismo) e Georges Cuvier (catastrofismo) influenciou fortemente o campo da geografia como a geografia neste momento era uma ciência natural porque a Geografia Humana Antropografía ou só veio a desenvolver no final do século XIX.

Dois processos desenvolvidos durante o século XIX tinha uma grande importância no desenvolvimento da geografia física: o primeiro é o imperialismo colonial europeu na Ásia, África, Austrália e mesmo da América em busca de matérias-primas necessárias pela Revolução Industrial que ajudou a criar e investiu nos departamentos de geografia das universidades das potências coloniais e do nascimento e desenvolvimento das sociedades nacionais geográfica, dando origem ao processo identificado por Horacio Capel como a institucionalização da geografia. [10 ] Um dos impérios mais prolífico nesse sentido foi o russo. A meados do século décimo oitavo geógrafos muitos são enviados pelos altamirazgo russo oportunidades diferentes para realizar pesquisas geográfica na área do Ártico da Sibéria. Entre estes é que é considerado o patriarca da geografia russo: Mikhail Lomonosov, que nos meados de 1750 começou a trabalhar no Departamento de Geografia, da Academia de Ciências para realizar pesquisas na Sibéria, suas contribuições são notáveis a este respeito, mostra a origem orgânica do solo, desenvolve uma lei abrangente sobre o movimento do gelo que ainda governa o básico, fundando assim um novo ramo geográfico: a Glaciologia. Em 1755 sua iniciativa foi fundada Universidade de Moscou, onde promove o estudo da geografia e da formação dos geógrafos. Em 1758 foi nomeado diretor do Departamento de Geografia, da Academia das Ciências, cargo do qual se desenvolverá uma metodologia de trabalho para a pesquisa geográfica orientada por mais importantes expedições longas e estudos geográficos na Rússia. Assim, seguiu a linha de Lomonosov e as contribuições da escola russa se tornou mais freqüente com seus discípulos, no século XIX, temos grandes geógrafos como Vasily Dokuchaev que executou obras de grande importância como um "princípio da análise global do território" e "os Chernozem russos" ser o mais importante, onde as introduz o conceito de solo, como distinto de um simples estratos geológicos e, portanto, fundar uma nova área geográfica de estudo: a Pedologia. O clima também receberá um forte impulso a partir da escola russa por Wladimir Köppen, cuja contribuição principal, a classificação do clima, ainda hoje é válido. No entanto, este grande geógrafo também contribuiu para o Paleogeografia através de seu trabalho "Os climas do passado geológico", que é considerado o pai da Paleoclimatologia. Geógrafos russo que fez grandes contribuições para a disciplina neste período foram: NM Sibirtsev, Pyotr Semyonov, K. D. Glinka, Neustrayev, entre outros. O segundo processo importante é a teoria da evolução de Darwin em meados do século (o que influenciou decisivamente a obra de Ratzel, que teve formação acadêmica como um zoólogo e foi um seguidor das idéias de Darwin), que significou um importante impulso no desenvolvimento da biogeografia.

Outro grande evento no final do século XIX e início do século XX, dará um grande impulso para o desenvolvimento da geografia e terá lugar na América. É o trabalho do famoso geógrafo William Morris Davis, que não só fez contribuições importantes para a criação de disciplina de seu país, mas revolucionou o campo para desenvolver a teoria do ciclo geográfico que ele propôs como um paradigma para a geografia em geral, embora em na verdade, serviu de paradigma para a geografia física. Sua teoria explicou que as montanhas e outros acidentes geográficos são moldadas pela influência de uma série de fatores que se manifestam no ciclo geográfico. Ele explicou que o ciclo começa com o levantamento do relevo através de processos geológicos (falhas, vulcanismo, convulsão tectónica, etc). Fatores geográficos tais como rios e escoamento começa a criar a V-shaped vales entre as montanhas (a fase chamada "juventude"). Durante esta primeira etapa, o terreno é mais íngreme e mais irregular. Ao longo do tempo, as correntes podem esculpir vales mais amplo ( "maturidade") e depois começar a vento, montanhas altas apenas (senescência "). Por fim, tudo vem para o que é uma planície planície ao menor altitude possível (chamado de "base") Esta planície foi chamado pelo significado Davis ' "peneplanicie" quase uma planície "Então o rejuvenescimento" ocorre e não há outro elevador montanha eo ciclo continua. Embora a teoria de Davis não é inteiramente precisa, era absolutamente revolucionário e único no seu tempo e ajudou a modernizar e criar subcampo da geografia da geomorfologia. Suas implicações solicitado uma infinidade de pesquisas em vários ramos da geografia física. No caso da paleogeografia esta teoria forneceu um modelo para a compreensão da evolução da paisagem. Para hidrologia, glaciologia e climatologia como um impulso investigados como estudar os fatores geográficos moldar a paisagem e afectam o ciclo. A maior parte do trabalho de William Morris Davis, levou ao desenvolvimento de um novo ramo da geografia física: geomorfologia cujos conteúdos até então não foi diferente do resto da geografia. Pouco depois deste ramo iria apresentar um grande desenvolvimento. Alguns de seus discípulos fizeram contribuições significativas para vários ramos da geografia física, tais como Curtis Marbut e seu legado inestimável para pedologia,Mark Jefferson, Isaiah Bowman, entre outros



Esta área da Geografia estuda os seguintes campos

• Clima: Clima árido, Clima polar, Clima semi-árido, Clima subtropical, Clima tropical, Clima tropical úmido e mudanças climáticas atuais ou pretéritas.

• Vegetação (biomas): Floresta tropical, Taiga, Deserto, Estepe, Savana Cerrados, Caatinga etc... Sempre considerando-se o solo e o clima como fatores de influência fundamentais.

• Relevo (e Topografia): Planalto, Serra, Depressão, Planície, Praias e Ambientes de transição Terra-Mar, dentre outras taxonomias, assim como todos aspéctos de gênese, dinâmica e cronologia destes relevos. (consultar Geomorfologia)

• Hidrografia: Oceanos, Mares, Rios, Lagos, Albufeiras, Golfos e Baías, Bacias hidrográficas, Cataratas.

• Regiões: Continentes, Ilhas, Oceanos e Mares.

• Climatologia

• Pedologia: Solos

A geografia física está subdesenvolvida em 5 características: Relevo, Solo, Clima, Hidrografia e Biogeografia (Fauna e Flora).

DECIO CALDEIRA