terça-feira, 14 de setembro de 2010

Kassab culpa 'crescimento desordenado' por estragos da chuva

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, disse nesta quinta-feira (21) que o excesso de áreas impermeáveis gerou os transtornos após a chuva que atingiu a capital na madrugada. "O problema dos alagamentos desta noite foi o crescimento desordenado da cidade, que impermeabilizou o solo", disse ele, que esteve, nesta manhã, no Centro de Controle Integrado 24 Horas da Prefeitura.O prefeito também citou o volume de chuva para justificar os problemas. "Em alguns pontos da cidade, o nível de chuva foi o maior em 50 anos. Na Vila Mariana (Zona Sul), choveu 112 mm, o que é um número muito expressivo", disse.
Segundo Kassab, o rodízio de veículos não foi suspenso porque a chuva foi durante a madrugada e a medida aumentaria o caos na cidade. Ele também disse que não haverá alteração no esquema durante a tarde.
De acordo com o prefeito, o foco, neste momento é nas ações de trânsito, para melhorar o fluxo na cidade, e no lixo. Kassab, no entanto, não identificou problemas na coleta. "O lixo já tinha sido coletado, um parte muito expressiva, antes da chuva. É um serviço prioritário da Prefeitura e nós continuaremos melhorando o serviço com campanhas de conscientização da população", afirmou. "Não podemos esquecer das dimensões da cidade de São Paulo. Todo dia são coletadas 15 mil toneladas de lixo", completou.Sobre transtornos em alguns túneis, Kassab disse que houve um problema no gerador da bomba do túnel Tribunal de Justiça, por isso aconteceu o alagamento. Em relação aos demais atingidos, voltou a citar o excesso de chuva.Kassab afirmou que a prefeitura renovou o contrato com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IDT) para realizar um novo mapeamento nas áreas de risco da cidade. “Até junho esperamos ter um novo mapa”, disse. “Este trabalho norteia os investimentos da prefeitura vinculados à Secretaria da Habitação para que possamos remover estas famílias das áreas de risco”.
O novo mapeamento será feito apenas para atualizar os cadastros da prefeitura, de acordo com Kassab. “Com isso, erraremos pouco ou quase nada nos investimentos nas áreas críticas”, afirmou.
Jardim Romano
Durante a chuva da madrugado houve um novo alagamento no Jardim Romano, na Zona Leste de São Paulo. Kassab afirmou que manterá os trabalhos de drenagem da água, mas que irá esperar o nível do Rio Tietê baixar. “A chuva desta noite mostrou que é fundamental a retirar as famílias do local”, afirmou. “Infelizmente, há pessoas que estão aterrorizando quem mora lá, dizendo que a prefeitura não irá trabalhar na retirada e nem dar o auxílio aluguel. É lamentável”.Alagamentos e mortes
Os pontos de alagamento espalhados pela cidade começaram a diminuir nesta manhã, mas o trânsito ainda continua bastante complicado. Com os alagamentos, o índice de congestionamento chegou aos 111 km. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que 700 homens trabalham na cidade para reduzir os problemas de trânsito.
A chuva também provocou deslizamentos e mortes. Uma criança morreu e um casal de adultos está desaparecido após um deslizamento de terra no Grajaú, Zona Sul de São Paulo. Segundo os bombeiros, outras quatro pessoas foram resgatadas com vida do local – um adulto e três crianças. Na Pompéia, Zona Oeste, um homem morreu no desabamento de uma casa.
De acordo com os bombeiros, 15 equipes permanecem no Grajaú, na Rua Rio Icatu, procurando mais desaparecidos. Também houve ocorrências de desabamentos na Vila Jaguara e Parque São Domingos, na Zona Oeste, e no Guarapiranga, Zona Sul, mas sem registro de vítimas.
O temporal que caiu na madrugada alagou avenidas, fechou túneis, bloqueou estradas e provocou, pelo menos, mais três desmoronamentos, e ainda causa reflexos no trânsito da capital nesta manhã. As regiões mais complicadas eram as marginais Pinheiros e Tietê, onde os rios transbordaram.

POSTADO POR :ANTONIO CLEYLSON E. DA SILVA

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